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Nasce uma Marmiteira

Sou Dani Barg, jornalista, moro em São Paulo mas sempre tive um pezinho na “roça” graças à minha avó materna e aos meus pais, que, de forma natural e instintiva, sempre me estimularam a comer comida de verdade. Gosto de comida simples, descomplicada, e acho que comer de forma saudável tem muito mais a ver com uma bela horta do que com uma prateleira carregada de produtos fitness milagrosos.

Ah, eu adoro comer. Mas muito mesmo.
marmiteira_garfao

Tanto que sou uma verdadeira rata na busca, readaptação e criação de receitas leves, porém cheias de sabor, porque não sou obrigada a viver de frango com batata doce (gosto também, mas a vida é muito curta para se viver de uma só combinação!).

Vou contar um pouco sobre como nasceu o Marmiteira.

Tudo começou em um domingo de Páscoa, no qual eu estava de plantão, almoçando sozinha na praça de alimentação de um shopping. Não sou de reclamar e nesse dia não foi diferente: claro que eu preferia estar com a minha família em meio a bombons e ovos, mas, se eu escolhi ser jornalista, sempre soube que o “trabalhar no fim de semana” incluía abrir mão de feriados, Natais e muitos Carnavais. My choice.

Optei por almoçar no restaurante por quilo: dentre as calóricas e gordurosas opções à la carte, é o que mais me daria a chance de montar um prato minimamente saudável. Primeira garfada: começo pela salada. E eis que: eu vi um bicho. Um bicho bem nojento. Na minha salada. No domingo de Páscoa. Longe da família. Sozinha na praça de alimentação. Olha, naquele momento eu fiquei com dó de mim.

#DramaQueenModeOn

Mas já disse, não sou de reclamar. Claro, para o restaurante eu reclamei sim: não queria dinheiro de volta, nem uma sobremesa, como eles me ofereceram. Só queria que redobrassem a atenção e tivessem o cuidado para não acontecer de novo com os próximos clientes, porque esta cliente aqui, euzinha, eles já tinham perdido.

“Aiii, mas como você é fresca! O que é um bichinho inofensivo?!?”. Claro que todos nós já comemos muitos bichos na vida sem saber. E claro que, mesmo eu não voltando mais a este restaurante, eu hei de comer muitos bichos em outros restaurantes que passarei ainda pela minha vida. E claro que eu me deparo com bichos quando estou lavando a salada em casa: hoje em dia chego a pensar que se tem bicho é porque não tinha tanto agrotóxico envolvido ali, ou seja, menos mal, mas também não sei se essa minha teoria procede.

A questão é o que este bicho representou pra mim. Naquele momento eu pensei: “se eu quase comi algo que estava ali, visível no meu prato, imagina o que eu não vejo”? Me refiro à quantidade de sal usada nos restaurantes. Ao excesso de gordura e açúcar. Aos cubos e cubos de tempero industrializado. Enfim, comer fora é terceirizar a manutenção da sua saúde.

Sim, você é o que você come.

Não estou desmerecendo os profissionais da cozinha, não sou radical e adoro sair para comer! Mas comer fora todos os dias, pelo menos para mim, é perder o poder de escolha; é se render ao que está disponível; é não ouvir as necessidades do próprio corpo. É comer por comer.

A partir deste dia, eu decidi que iria oficialmente virar uma marmiteira. Já havia levado marmita em muitos outros empregos na minha vida, mas nunca apostei com tanto afinco nessa missão: comprei de vez a briga de fazer diariamente a minha própria comida. Criei estratégias para passar menos tempo na cozinha (porque tempo é o que eu não tinha), li muito sobre alimentação saudável, criei uma rotina. E em pouco tempo eu estava cozinhando em escala industrial (para mim mesma).

Não demorou muito para as pessoas começarem a admirar minha nova postura. Era comum eu ouvir frases: “mas como você arruma tempo?”; “ah, mas você sabe cozinhar muito bem, né?”; “você não tem preguiça?”. Muita gente começou a pedir dicas de cozinha, vejam só, para mim, uma RELES MARMITEIRA. E diziam: “crie um blog com essas dicas!”

Foi aí que percebi que grande parte das pessoas têm sim vontade de se alimentar melhor, só acham que:

1) para cozinhar você precisa ser um chef;

2) é preciso ter muito tempo livre para poder fazer a própria comida; e

3) tudo que é saudável é ruim.

As três alternativas são falsas. Palavra de marmiteira.

Bora marmitar?

Este site tem o objetivo de incentivar as pessoas a terem uma relação mais tranquila com a comida. Comer é bom, gente! Quero compartilhar informações a respeito do que leio, estudo e vivencio dentro do tema alimentação saudável.

Não sou nutricionista, nem cozinheira, mas uma das coisas que mais gosto de fazer na vida é buscar alternativas saudáveis para pratos que acho saborosos. Uma receita que vejo na TV, um prato de um restaurante, uma lembrança de infância: tudo é combustível para eu inventar moda na cozinha.

Ao contrário do que possa parecer, não sou do time #bumbumnanuca; #nopainnogain; #forçafocoefé e outros slogans opressores do tipo.

Sou completamente contra radicalismos, dietas da moda e privações com fins apenas estéticos.

Por outro lado, nunca fui sedentária, pratico atividade física por prazer: sou ariana, hiperativa e tenho muita energia pra queimar. Extravasar na esteira faz bem para o meu equilíbrio emocional e para todos ao meu redor (risos).

Mas não tenho o tanquinho da Carolina Dieckmann (infelizmente), justamente porque me permito o prazer de comer uma boa pizza, um bom hambúrguer caseiro; a cerveja gelada de sexta-feira; aquela taça de vinho gostosa que cai como uma luva no meio da semana. Uma coxinha com massa crocante e recheio feito com amor <3.

Com moderação e equilíbrio, acredito que tudo pode.

Descobri que para ser feliz, é preciso se desapegar dos padrões das revistas e focar mais na saúde, no nosso peso ideal, no comer sem culpa e, ao mesmo tempo, sem exageros. É um exercício diário; ainda me cobro muito (sim, eu queria o abdômen da Carol Dieckmann); mas sigo tentando.

A cada dia que passa eu aprendo mais sobre esse mundo e quero compartilhar por aqui tudo o que eu achar que não vale a pena ficar guardado só para mim.

Vamos comigo?
No restaurante do meu muso Jamie Oliver, em Londres: massa feita na hora e cerveja artesnal. Comida de verdade pode!
No restaurante do meu muso Jamie Oliver, em Londres: massa feita na hora e cerveja artesanal. Comida de verdade pode!

Viagens e lugares

Você deve estar se perguntando porque raios existe uma categoria “viagens e lugares” em um blog sobre alimentação e saúde. Explico.

Depois de comer, a coisa que mais gosto na vida é viajar.

E sempre que eu viajo, claro, experimentar a culinária local é uma das coisas que mais me dá prazer. Depois de algum tempo de estrada, percebi que, ainda que eu caísse de boca nas delícias mundo a fora, dificilmente voltava pra casa com quilos a mais.

Isso porque: claro, eu não passo o dia todo comendo. Tento experimentar de tudo um pouco e, em contrapartida, eu ando MUITO quando viajo. Assim, muito mesmo. Coisa de 15 a 20 quilômetros por dia. Isso porque meu marido é maluco igual eu e também adora conhecer os lugares a pé.

Não sou contra taxi nem metrô, mas acredito que você só conhece verdadeiramente uma cidade quando cai para dentro de suas ruazinhas, troca olhares com os moradores locais, observa a rotina deles, escuta os sons do lugar. As músicas. Os barulhos. Os idiomas. Sente os cheiros que saem dos restaurantes.

E é nesses momentos “sem roteiro” que geralmente acabo descobrindo os melhores lugares. Um café escondido e pouco turístico; um bar subterrâneo antigo; uma feira cheia de vegetais típicos.

Infelizmente eu não posso passar a vida viajando e comendo. Mas trabalho bastante para poder curtir estes dois momentos, que, juntos, são mais interessantes ainda.

Nesta sessão, vou dar dicas de lugares, passeios e comidas interessantes que valem a pena provar. Pode ser aqui mesmo, em São Paulo, em cidades do Brasil ou do mundo que eu já passei.

A ideia não é fazer ninguém andar 17 quilômetros por dia em plenas férias (I’m crazy, I know, but I like it), mas sim, incentivar passeios mais ativos que não estejam 100% focados no ato de comer, e sim, no maior número possível de experiências e sensações que uma viagem ou um passeio na sua própria cidade podem oferecer.

Tá aí uma dieta de sucesso. 😉
Na minha mala nunca falta: par de tênis
Na minha mala nunca falta: par de tênis

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