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Bora Marmitar!

A alimentação sempre foi algo importante na minha vida. Eu era aquela criança que fazia orgulho na mãe: “Até de quiabo ela gosta!”. Tipo uma draguinha mesmo. Tive a sorte de nascer em uma família em que a variedade de alimentos naturais era grande: meus pais nunca me incentivaram a comer porcarias, me entupir de refrigerante e de doces, e faziam isso da forma mais natural possível – simplesmente não comprando.

Também não eram radicais: eu e minha irmã tínhamos, dentro da despensa de casa, a “sacolinha das guloseimas”, que era a nossa fonte de itens industrializados e açucarados. Ali tinha um pacote de bolacha recheada, alguns tabletinhos de chocolate, às vezes, bala e chiclete. Só que essa sacolinha era esgotável: nós duas éramos responsáveis por administrá-la e fazer durar até a próxima compra, no mês seguinte.

Em compensação, a fruteira de casa mal parava em pé de tanta fruta. O almoço sempre tinha salada e vários tipos de legumes. Se alguém falasse algo como: “eca, isso eu não gosto”, a resposta geralmente era: “então tá, hoje é isso que tem”. Nada de substituições do tipo: “ok, filhinha, mamãe faz uma batatinha frita pra você.” Se era abobrinha, era abobrinha. Lide com isso.

Credito a esta base que tive na infância a relação que tenho com a comida hoje. Eu amo comer, mas minha sacolinha de guloseimas continua sendo consumida com parcimônia – agora, ela é composta de uma taça de vinho no meio da semana, a pizza de sexta-feira à noite ou a merecida cervejinha gelada do fim de semana. Mas o conceito é o mesmo.

E foi pensando em tudo isso que há cerca de um ano eu me tornei uma autêntica marmiteira. Fazer a própria comida significa ter o poder nas mãos: você escolhe a quantidade de sal que vai usar, a de óleo, além de poder montar um cardápio bem variado ao longo da semana, e não ficar refém do que a praça de alimentação te oferece.

Minha ideia com este blog não é ditar o que é certo e o que é errado. Mas sim, estimular uma reflexão mais profunda sobre a alimentação, trazendo informações, referências e, sobretudo, ideias de receitas mais leves com o mínimo possível de produtos industrializados.

Vamos ter prazer com a comida, e não culpa. Priorizar a nossa alimentação como parte importante do nosso dia, e não banalizá-la como o simples ato de matar a fome. Ter uma relação mais saudável, consciente e feliz com o ato de comer. Bora marmitar!

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