Se por um acaso eu tivesse nascido em Singapura, e fosse filha de Lee Li Ming, talvez eu tivesse uma síncope por dia na hora do recreio, causando problemas maiores para minhas professoras. Deixa eu demonstrar com imagens para vocês entenderem do que estou falando.
Me chamou atenção não só pelo capricho, mas também pela sensibilidade da mãe em perceber que as crianças também comem com os olhos, assim como nós, adultos.
Claro que a indústria, espertinha, já se deu conta disso e lota as gôndolas dos supermercados com as embalagens mais lindas, cativando os pequenos, sem oferecer em troca grandes benefícios nutricionais. E ela faz o mesmo com a gente, não é mesmo?
Vejo aí mais um motivo para tentar caprichar mais na marmita nossa de cada dia, e também nos pratos que fazemos em casa.
Uma salada bem preparada pode ganhar outra cara quando feita com um pouco mais de criatividade; um macarrão alho e óleo vira um novo prato se você incluir uma simples erva (como a sálvia, por exemplo, que combina muito com massa); uma fruta fica fácil de ser comida quando já está lavada, cortada, e à sua mão na hora daquela fome ingrata no meio do expediente.
Marmita amor
Achei bonita também a história dessa mãe pelo aspecto emocional que está por trás dessas marmitas.
No seu site pessoal, Lee conta que começou a fazer as chamadas charabens (que são estes desenhos de personagens e outras coisas fofas com comida), quando o primeiro filho, hoje com 10 anos, entrou no primário.
Como ele sentia muito a falta da mãe na escola, ela fazia a lancheira com o objetivo de alegrá-lo e fazê-lo sentir sua presença mesmo à distância.
Não demorou muito para que o caçula, de 7 anos, também se engraçasse com a ideia, e hoje ela tenta pelo menos três vezes por semana se dedicar à produção das marmitas.
Em entrevista por e-mail, ela me contou que leva cerca de uma hora e meia só para montar, excluindo o tempo de preparo dos alimentos.
Lógico que exige um grande esforço, mas com isso, os filhos passaram comer mais e melhor – tirando o fato de que viraram a sensação da escola. “Frequentemente elas atraem muita atenção dos amiguinhos e professores, que querem ver a sua comida”.
No preparo ela geralmente usa arroz, pão e macarrão, que sempre vão acompanhados de carne ou vegetais. “Também tendo incluir frutas”, conta.
Ela também acredita que o hábito vem melhorando relação das crianças com novos alimentos. “Meus filhos não comem vegetais crus, mas, aos poucos, eles estão passando a comer o alface que eu incluo nas bentos.”
Apesar de todo o esforço, Lee não é uma mãe paranoica quando o assunto é alimentação, ensinando os filhos desde cedo que comer não tem nada a ver com culpa ou com compulsão, e sim, com prazer e moderação. “Não sou extremamente rigorosa com eles para comerem comidas saudáveis o tempo todo. Acredito mais no equilíbrio. Eles comem minha comida durante a semana, e eu tento garantir que seja saudável. Mas nós comemos fora aos finais de semana e sou menos exigente”, disse, afirmando que também permite o consumo ocasional de batata frita, doces e refrigerante.
Tanta dedicação já rendeu até convites profissionais. Afinal, não é todo mundo que tem tempo e paciência para fazer este tipo de coisa. “Já recebi oferta para vendê-las ou dar aulas. No entanto, não estou interessada nisso. Ainda prefiro fazer para aqueles que eu amo”.
Fica aí a dica para quem precisa de uma motivação para “fazer as pazes” com a alimentação: para se fazer algo tão perfeitinho é preciso dom, verdade. Mas para preparar a própria comida com carinho e dedicação não.
Para as mamães inspiradas, o Instagram dela é um prato cheio (literalmente!). No site Bento Monsters você também encontra dicas e informações.
Ótimas informações! Nesse momento precisamos de dicas para nos cuidar muito mais!
Ótimas informações! Nesse momento precisamos nos reiventar para superar a crise e ter uma vida mais saudável!