A nutrição está na moda – você tem dúvida? Pra mim, isso é motivo de comemoração: acho que a alimentação é algo tão importante e primitivo nas nossas vidas que, quanto mais se discutir, conhecer e evoluir, melhor.
Mas o que eu tenho notado é que tudo é muito extremo nessa área: existem os obcecados por calorias, os zero-glúten-zero-lactose, os Wheys-Proteins frango com batata doce, os que demonizam a gordura ou o açúcar.
Claro que as restrições existem e quanto a isso não há discussão. Mas para quem não tem nenhum tipo de intolerância e precisa se alimentar bem, como fica?
No meio deste mar de informação, a gente fica perdido. Afinal, o ovo faz bem ou faz mal pra saúde? E o glúten, preciso tirar mesmo? Chocolate: qual é a dose diária “permitida? E o que dizer do pãozinho branco, este pequeno demoniozinho que fica nos atentando?
Felizmente, muitos profissionais têm se dedicado a desmistificar algumas coisas impostas pela indústria da alimentação e simplificar o óbvio para nós, mortais – para comer bem, basicamente é só ter equilíbrio e preferir os alimentos naturais.
Então hoje, Dia Mundial da Saúde, eu escolhi falar do “papa” desta filosofia: o jornalista Michael Pollan, um dos nomes mais respeitados no mundo na área da alimentação. Se você ainda não conhece a figura, eu te apresento.
Pollan é autor de diversos best-sellers dentro desta temática e, recentemente, lançou a série de documentários Cooked, no Netflix, inspirado no seu último livro, Cozinhar, uma História Natural da Transformação.
Pretendo falar sobre isso no Marmiteira, mas hoje escolhi falar do livro Regras da Comida, que julgo uma literatura muito interessante justamente pra quem não tem saco pra filtrar este monte de informação.
Neste livro, o jornalista reúne 64 dicas do que ele julga boas “regras” para uma alimentação mais saudável e, ao mesmo tempo, prazerosa. Coloquei a palavra “regras” entre aspas porque, lendo o livro, você vai descobrir que não tem mistério nenhum para quem quer apostar em refeições mais equilibradas.
Eu escreveria um texto para cada uma dessas regras, mas isso o Michael já fez! E muito bem feito, por sinal. Então separei apenas quatro para exemplificar a grandiosidade deste livro e indicá-lo como uma leitura gostosa e muito útil no dia a dia. Vamos lá.
Olha, de acordo com o Marmiteira Data Center, as vovós são quem realmente entendem dos paranauê da cozinha desde os tempos mais primórdios. Eu sou de fato sortuda, porque minha avó materna (vó Nena, beijo!) parece a Palmirinha – cozinha muito e até é parecida fisicamente. <3
Se você não teve a mesma sorte, é só mirar nos avós de amigos…em uma vizinha mais velha que goste de cozinhar…uma parente próxima. O fato é que as pessoas mais idosas são de uma época em que o mercado ainda não havia sido inundado com tanta opção industrializada, então, o que elas reconheciam como comida…simplesmente era comida mesmo. Bora focar nessas divas e tentar voltar para o simples, básico e natural?
Aqui o ponto é o seguinte: tem embalagem? Então provavelmente é um alimento processado. É processado? Então é menos pobre, do ponto de vista nutricional, do que o alimento fresco e vivo que você encontra na feira. Simples assim.
Eu amo esta regra, porque considero pacas meu freezer e já declarei meu amor por ele várias vezes, como neste post aqui. Aqui tem dois fatores. O primeiro é o fato de o freezer ser aliado na falta de tempo – você cozinha de uma vez quantidades maiores de comida e tem sempre algo pronto, feito por você mesmo, sem aditivos químicos, quando não tem tempo de fazer algo do zero.
O outro é a oportunidade de congelar alimentos de época e garantir seu consumo nos meses de escassez – uma boa sacada para ter variedade o ano inteiro.
Por fim, é isso: permita-se. A vida é muito curta para se ter tanta regra até na hora de comer. Fazendo boas escolhas, dá para comer de tudo sem comprometer a saúde.
Isso que é o legal deste livro: além de ser super direto, o texto é um verdadeiro convite para quem está disposto a mudar sua relação com a comida. A marmita nossa de cada dia agradece.