Eu já acho que é uma grande perda de tempo passar uma vida sem comer pão. Já tive minhas fases de comprar pão integral no mercado, destes de milhões de grãos, porque eu achava a opção mais saudável entre as disponíveis.
Até que um dia eu conheci a máquina de pão e comecei a cuidar da minha própria produção: posso inserir as sementes que eu quero, controlar a quantidade de farinha, diminuir o sal, usar mel no lugar do açúcar refinado. Enfim…liberdade!
Nem vou ficar falando dos benefícios deste eletrodoméstico; ele é apenas um meio, não o fim. E devo dizer que, assim como eu uso minha máquina em ritmo industrial, conheço gente que também tem igualzinha a minha e usa como objeto decorativo.
O ponto que quero chegar é que, quanto mais se faz os próprios alimentos em casa, mais se acostuma o paladar. Digo isso porque dia destes eu não estava com tempo para fazer pão e acabei comprando um de pacote. Depois de quase um ano comendo pão caseiro diariamente, estranhei bastante o sabor artificial.
E isso vale para tudo: se você começar a colocar menos sal na comida, vai notar a diferença quando comer algum prato muito salgado; se diminuir o doce, a mesma coisa.
Devo admitir que não tenho nenhum embasamento científico para dizer isso, mas eu acredito, com base na minha própria experiência, que o nosso corpo consegue se adaptar a novos padrões, ainda que isso leve um tempo.
Isso não quer dizer que eu tenha deixado de gostar de um bom pão francês, italiano…ciabatta. Meu corpo os aceita ainda e com muito gosto! Mas no dia a dia eu realmente prefiro trocar a farinha branca pela integral.
Eu sempre sonhei em fazer pães ‘no muque’, acho a coisa mais linda. Mas não sou tão habilidosa com massas, por isso a máquina é minha amiga.
Mas em uma tarde de folga em casa resolvi me autodesafiar na produção do pão da semana. Fiz um bem bolado de ideias de receitas que vi em sites e livros, e, depois de algumas substituições, nasceu esse pãozinho lindo de Deus que voce vê aí embaixo. E nem precisou de muito muque, porque, no caso, dessa vez o liquidificador entrou em cena. Anote.
Pão integral de cenoura e mel
Ingredientes
2 ovos
2 colheres (sopa) óleo
1 xícara de água morna
1 colher (sopa) de mel
1 colher rasa (chá) de sal
2 cenouras médias raladas
2 colheres (sopa) de fermento biológico seco
1 xícara de farinha de trigo
2 xícaras de farinha de trigo integral
Modo de preparo
Unte uma forma com manteiga e farinha. Coloque no liquidificador todos os ingredientes (inclusive o fermento), exceto a farinha branca e a integral. Quanto virar uma massa bem homogênea, despeje o conteúdo em um recipiente e aí sim comece a misturar a farinha, até virar uma massa mais consistente, e um pouco pegajosa. Deixe descansar por uns 30 minutos. Asse em forno médio por aproximadamente meia hora (depende da intensidade do forno). Enjoy!
Rendimento: 1 pão de 500 g
Valor calórico: 135 calorias por fatia de 15 g
Você sabia?
Você deve estar se perguntando por que raios usei farinha branca se tanto falei da integral. Na verdade eu já fiz testes usando apenas a farinha integral, mas ele não cresce muito e fica com a consistência mais durinha.
Segundo o livro Prato Sujo, da jornalista Márcia Kedouk, é a farinha branca que deixa o pão fofinho.
Em termos calóricos, as duas não diferem muito, mas a integral é mais nutritiva e tem mais fibras, que além de fazer um bem danado para o organismo, trazem a sensação de saciedade. Portanto não se iluda com as lindas embalagens cheias de frases promissoras dos pães integrais disponíveis no mercado: a maior parte deles traz também uma boa quantidade de farinha branca. Caso contrario, não seriam tão macios.
Uma boa dica para entender melhor a composição deles, tirada deste mesmo livro, é observar a lista de ingredientes – se ela começar com ‘farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, fique de olho, tem mais branca do que integral aí!
E ai, já deu uma olhadinha no rotulo do pão que está comendo hoje?
Colaborou com este post: Alline Cristina Schüncke, nutricionista da Vitalin.