Author: danibarg

Celulares nas escolas: por que repensar seu uso é importante? 

Você tem ideia do quanto as redes sociais impactam a sua autoimagem? Não apenas sua relação com o espelho, mas a saúde mental como um todo? Atualmente, discute-se no Estado de São Paulo um projeto de lei que busca restringir o uso de celulares por estudantes tanto em instituições públicas quanto privadas. Se aprovada, essa medida irá sinalizar uma mudança social importante.  Afinal, se o uso dos celulares afeta nós, adultos, tente imaginar as consequências geradas na cabeça de crianças e, sobretudo, adolescentes. Redes sociais e a autoimagem dos jovens: uma batalha desafiadora A fase da adolescência é marcada por insegurança e busca por validação social, e isso é potencializado pelas redes sociais.  Sem dúvida, a busca por “likes” e comentários positivos é uma armadilha que tem feito muitos adolescentes, sobretudo as meninas, a odiarem o próprio corpo desde muito cedo. Veja, por exemplo, um pequeno trecho de um depoimento presente no meu livro: “Parte da minha adolescência foi regada pelo Instagram e, com isso, uma imagem de perfeição inexistente criou-se. Aos 15, tive problemas …

Essa receita de couve-flor assada com molho de tahine e amêndoas crocantes é a prova de que para ter uma alimentação saudável e consciente não é preciso comer pratos sem graça.

Couve-flor com molho de tahine e amêndoas crocantes: uma delícia saudável para sua rotina

Tudo que é saudável é sem graça, e tudo que é gostoso engorda – é isso que a cultura das dietas nos ensinou. Eu sou e sempre fui veemente contra esse tipo de raciocínio. Prova disso é essa receita de couve-flor assada com molho de tahine e amêndoas que eu alegremente descobri folheando um livro numa manhã de domingo.  Alimentar-se bem vai além de tentar atingir um corpo perfeito. Essa receita é um exemplo de uma opção leve e que foge à regra que diz que pratos saudáveis não podem ser gostosos. Ela é leve, rica em nutrientes e uma prova de que é possível comer de maneira saudável e prazerosa ao mesmo tempo. Sendo assim, vamos pra receita? E por falar em receita, eu sou do tipo que não as segue, as uso como um ponto de partida para criar uma versão minha, levando em conta o que tenho na geladeira, e o quanto estou munida de tempo e de paciência.  Então, sugiro que faça o mesmo: veja a minha versão da receita de …

Ouvir o corpo é um dos lemas do comer intuitivo

Alimentação intuitiva: aprenda a escutar seu corpo e reencontrar o prazer de comer

Imagine comer sem contar calorias; sem sentir culpa ou, o que é melhor: sem se arrepender depois. Certamente, era assim que comiam as nossas avós, mas com a chegada das dietas restritivas e com a obsessão pelo corpo magro, paramos de ouvir os nossos sinais internos. Ao contrário: agora, seguimos listas e dicas externas para saber o que comer.  No entanto, há luz no fim do túnel. Essa é a proposta da alimentação intuitiva, uma abordagem que busca reconectar as pessoas aos seus sinais de fome e saciedade, para que comam de forma mais consciente. Ao contrário das dietas restritivas, a alimentação intuitiva incentiva uma relação saudável com a comida e nosso próprio corpo. Mas afinal, o que é alimentação intuitiva? A alimentação intuitiva vai na contramão das dietas da moda e propõe uma relação mais tranquila com a comida. Em contraste às listas de alimentos e quantidades que as pessoas “podem” ou “não podem comer”, essa linha busca ajudar as pessoas a voltarem a prestar atenção nos seus verdadeiros gostos e, sobretudo, nos seus …

No filme A Substância, sobre pressão estética e preconceito sobre envelhecimento, Demi Moore dá vida à Elizabeth Sparkle

A Substância: o terror de Hollywood sobre pressão estética e envelhecimento feminino

O que você faria para parar o tempo e manter a juventude? Parece um sonho impossível, mas para muitas mulheres, essa busca desesperada é uma realidade, especialmente em Hollywood. Muitas tentam se manter jovem, investem em procedimentos estéticos, mas as críticas não param. Além de as pessoas julgarem o envelhecimento, criticam também as que tentam combatê-lo. Difícil agradar todo mundo, né? No filme A Substância, estrelado por Demi Moore, essa pressão estética é trazida à tona de forma grotesca e impactante. Ironicamente, sua personagem é quase uma metáfora dessa pressão que ela mesma já experienciou na vida real. Resumo do filme “A Substância” (sem spoilers) O filme A Substância é uma crítica feroz à obsessão pela juventude e à invisibilidade das mulheres ao envelhecer. Demi Moore interpreta Elizabeth Sparkl, uma atriz que tem um programa fitness na TV e está completando 50 anos. Uma vez que cometeu o “crime” de envelhecer, perde seu posto, e fica bastante descontrolada. De forma inesperada, encontra uma fórmula secreta para criar uma versão mais nova de si mesma. Em seguida, …

crianças sentem a pressão estética cada vez mais cedo, o que afeta a imagem corporal infantil

Da inocência à insegurança: como a pressão estética afeta a imagem corporal das crianças

Você já imaginou como seria o mundo se as crianças mantivessem a mesma confiança em seus corpos ao longo da vida, sem se deixarem levar pela pressão estética? Ainda que, muito cedo, a gente já comece a ter referências externas do que é considerado “bonito” ou “feio”, ninguém nasce com essas paranóias ligadas ao corpo.  Esse é um tema central para quem, como eu, se interessa por estudar como a pressão estética entra nas nossas vidas e abala nossa autoestima. E por isso reassisti um vídeo que eu não via faz tempo, mas que, em partes, continua atual.  O que você mudaria no seu corpo? No vídeo em questão, entrevistadores reuniram 50 pessoas, entre adultos e crianças, para fazer uma simples pergunta: “se você pudesse mudar uma coisa no seu corpo, o que seria”?  As entrevistas são feitas individualmente, e as respostas revelam a inocência de quem ainda não foi afetado pelos padrões de beleza. Enquanto os adultos listam uma série de coisas que mudariam, como a altura, o tamanho da testa, das orelhas, ou …

Documentário mostra o nascimento da Barbie Negra

Black Barbie: documentário mostra a importância da representatividade

Grandes conquistas podem surgir de pequenos gestos de coragem. Foi assim que nasceu a primeira Barbie negra, em 1980, a partir de uma simples pergunta, como conta o documentário Black Barbie, disponível na Netflix. O filme traz entrevistas com mulheres que trabalharam na Mattel – fabricante da boneca – e tiveram papeis cruciais nessa construção.  A primeira delas foi Beulah Mae Mitchell, uma mulher negra que trabalhava na fábrica e teve a ousadia de perguntar à Ruth Handler, criadora da Barbie: “Por que não fazemos uma Barbie que se pareça comigo?”.  Embora pareça estranho afirmar que uma pergunta tão básica seja interpretada como um ato de coragem, é preciso considerar que nossa sociedade é, sim, racista. E há 60 anos atrás, quando surgiu a primeira Barbie, era ainda mais. De tal forma que ter mulheres negras no quadro de funcionários e acatar suas opiniões já poderia ser visto, naquela época, como algo revolucionário. Sem dúvida, não fossem essas mulheres, muitas meninas ainda não se sentiriam representadas em uma das bonecas mais populares em todo o …

Zezé Motta | Foto: Nelson Di Rago/Globo

Em tempos de redes sociais e padronização, representatividade é ouro 

“Enquanto algum negro ou alguma mulher tiver sendo humilhada pelo fato de ser negro e de ser mulher eu vou me sentir humilhada.” É assim que Zezé Motta define sua sensação sendo uma figura de destaque tão importante na TV e cinema brasileiros. A fala é apenas uma entre tantas impactantes reunidas no documentário Tributo, disponível no Globoplay.  Representatividade é um tema que eu exploro muito no meu livro, o Além do Like. De tal forma que assistir esse documentário foi como um sopro de esperança sobre essa questão. Zezé é a prova viva de que a representatividade é um dos caminhos mais eficazes para uma sociedade mais diversa e menos excludente.  Cadê todo mundo? Se sentir pertencente é uma necessidade humana, e por muito tempo as mulheres negras não se viam representadas na TV em papéis de destaque. Felizmente, esse cenário está mudando, ainda em passos lentos, e é uma alegria ver o tanto de portas que Zezé abriu. Nas entrevistas, ela conta que ao começar a fazer sucesso na TV, percebeu o quanto …

Bebê Rena é baseada em uma história real

Bebê rena: uma história real sobre baixa autoestima

A série Bebê Rena (Baby Reindeer) está dando o que falar por vários motivos. Primeiro por ser intrigante a ponto de ser impossível não maratonar. Segundo por ser baseado em uma história real (!!!). Terceiro porque é difícil de acreditar que algo tão maluco assim aconteceu de verdade. A história gira em torno de Donny, um aspirante a comediante que trabalha em um pub para pagar as contas; e Martha, uma misteriosa cliente que adentra ao local sem ter dinheiro para consumir nada. Donny percebe que a moça não está nos seus melhores dias e a oferece uma xícara de chá por conta da casa. A partir daí, a história se transforma.  Martha, encantada com uma fagulha de atenção e afeto, passa a stalkear Donny e a persegui-lo de todas as formas; por e-mail, pelo Facebook, Twitter. E, acredito eu, o pior pesadedelo de quem é stalkeado – ela passa a segui-lo ao vivo. No bar, na rua, na plateia onde ele se apresenta. É assustador. Bem, minha ideia aqui não é fazer uma resenha …

redes sociais e saúde mental: tá todo mundo fingindo felicidade no Instagram?

Redes sociais e saúde mental: tá todo mundo fingindo que tá bem?

Hoje eu li uma matéria muito interessante na The Atlantic sobre a saúde mental das adolescentes americanas. Segundo uma pesquisa, o sentimento de tristeza e falta de esperança passou de 36% para 57% nos últimos dez anos, com uma piora expressiva durante a pandemia.  Ironicamente, foi “graças” ao período de confinamento que o tema saúde mental passou a ser tratado com mais seriedade, com a ampliação de serviços, informações e conscientização nessa área.  As redes sociais frequentemente são apontadas como grandes gatilhos da ansiedade e depressão. Em parte, porque elas nos isolam do contato presencial. Ao mesmo tempo, elas nos expõem ao pior do ser humano, segundo essa mesma matéria:  ” In life, treating minor problems as catastrophes is a straight path to misery—but online, the most catastrophic headlines get the most attention. In life, nurturing anger produces conflict with friends and family; online, it’s an excellent way to build an audience. (Na vida, tratar problemas menores como catástrofes é um caminho direto para a miséria – mas online, as manchetes mais catastróficas recebem mais …

Escreva o livro que você gostaria de ler

As mulheres estão insatisfeitas diante do espelho. É a celulite, a barriga que está muito flácida, a pele, o cabelo. Parece que não somos suficientes diante da “perfeição” das redes sociais. Eu também estive (e às vezes, ainda estou) insatisfeita com a minha imagem. É aquela coisa: quando você consegue emagrecer os tais dos dois quilinhos que estavam sobrando, logo caça outra “imperfeição” para encarar diante do espelho. Mas de onde vem essa insatisfação? Quem nos fez acreditar que há algo de errado com nosso corpo? Por que nunca está bom? Eu fiz essas perguntas a mim mesma por muitos anos, mesmo sendo uma mulher que se encaixa no padrão de beleza atual. Li muitos livros a respeito destes temas, vi documentários, filmes, palestras; ouvi podcasts. Uma coisa que eu notava em comum em todos esses conteúdos é que as raizes da pressão estética sofrida pela mulher já estão muito bem estudadas e fundamentadas. Mas ainda pouco se fala das consequências e, sobretudo, sobre o que a gente pode fazer pra tentar ressignificar a nossa …